Um Ano

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Então você veio. Veio como da primeira vez, como se tudo ainda existisse e como se o relógio não tivesse andado. Coloca as promessas no bolso, não preciso delas. E não quero entrar nessa novamente. Você diz que mudou. Concordo em gênero, número e grau. Você está diferente. E abriu o coração. E me deu explicações. E as respostas que, um dia, eu tanto procurei embaixo do tapete, em cada canto. E motivos. E me propôs acordos. E planos. E sonhos. E rimos. E choramos. E cantamos. Pra mim foi ótimo, de verdade. Foi bom pra você? Sei que não. Mas pra mim foi, precisava te dizer muitas coisas e, confesso, meu ego necessitava ouvir todas as suas palavras e confissões. Só que eu também mudei. Você disse que não se enxerga mais nos meus olhos e que não fico mais nervosa, mexendo na corrente e no brinco perto de você. Quer aquela de volta, mas aquela não existe mais. Eu quis um dia esse cara que você foi agora de volta. E esperei sentada. Até que eu cansei. Você se atrasou, chegou tarde, demorou. Você estava confuso? Mas acabou matando aquela. Não veio ao velório, não compareceu a missa de sétimo dia, mas resolveu dar as caras na de um ano. Um ano. É tempo demais.

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