Oitavo

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Domingo de chuva, não havia nada para fazer além de pensar bobagens, assim surgiu a péssima ideia de listar os carros que teve, depois, as músicas preferidas, as melhores amigas e as viagens inesquecíveis. Foi fazendo listas, esquecendo de algumas coisas e relembrando tantas outras. Inocentemente passou a listar os melhores beijos, o que foi um pulo até começar a contar namorados. Nessa hora, empacou, pois vários deles não saberia como diferenciar, iria ter que criar subgrupos: quase namoro; conheci a família; foi, mas não foi; noivado e etc. Para deixar ainda mais perigoso criou a melhor de todas as listas: os amores da minha vida. Voltou ao tempo de colégio e recordou o primeiro amor, aquele em que o ponto alto foi o trabalho que fizeram em grupo. O segundo, entrou na lista somente por ter sido a primeira vez em que dormiu com alguém, se não fosse por isso, não teria sido lembrado. Achou melhor deixar na lista e colocou uma observação ao lado: *primeira vez. O terceiro foi o namorado em que jurou amar para sempre, foi o ano em que mais desenhou corações. Foi também o primeiro término, a primeira vez em que pensou que a vida havia acabado, e realmente acabou durante três semanas, até o quarto da lista aparecer. Do quarto até o sétimo ficou mais confuso, dois deles entravam na lista apenas por estarem também na lista de melhores beijos, primeiro e segundo respectivamente. Quando chegou no número oito ela sorriu, pensou o quanto chorou por amores que hoje são divertidas lembranças, pegou o celular com as duas mãos, e rindo de uma piada que só ela entendia, escreveu: "Você é o oitavo, sabia? E, se der muita sorte, será o último".

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