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Nunca escrevi um verso feliz. Tento, retento. Escrevo, reescrevo. Mas li um dia: "A gente escreve o que a gente sabe". Eu não sei o que é felicidade. Se bateu na minha porta, não abri. Se me dirigiu a palavra, não dei atenção. Se me acompanhou, não peguei na sua mão. Sempre, nos papéis, falta algo. Acho que em mim também. Não sei. Tudo anda tão normal. Ou me tornei acomodado. Comodismo, monotonia, normalidade, tédio. Um universo de palavras para explicar o que nós sentimentos. Na verdade, todo mundo já teve seus dias de cão. Esses podem, talvez, ser os meus. Parecer-me especial só porque nada dá certo é uma idiotice. Tanto egoísmo. Mas, na verdade, do que nós somos feitos? Puro egoísmo. Passamos a vida à procura de dinheiro, realizações, fantasias, amigos, amor. Buscamos a ultima peça do quebra-cabeça, o zen, o yin, o yang. Vivemos para ser completados. Somos completados para viver. Qual a graça da vida sem o completo. Porém, há felicidade no completo? Foi o que me perguntaram um dia. Penso que não, pois qual a graça da vida sem um motivo para lutar. O que seria a vida sem aquela centelha de esperança, que faz a gente ter coragem para levantar. Os sonhos esperados são o que revestem o amanhã. A poesia do futuro é o que iluminam nossos olhos. E nós, corremos atrás como bobos. Bobos amantes, bobos bêbados, bobos poetas, bobos a lá Dom Quixote. Simplesmente bobos simplórios. Na aventura do para sempre, do tesouro perdido, da terra do Nunca, dos setes mares. Fazemos uma oração sincera desde o primeiro choro: que a minha vida não seja como a deste cara que vos escreve. Sem destino. Sem lar. Sem amores. Sem tesouros nem para sempre. Sem vida.
- Convergido

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