Cuide

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Cuide bem do seu amor... Seja quem for.

Tudo meio... Sei lá cara. Eu só conseguia enxergar aquela morena da bunda grande do 1° ano. A Julia, minha namorada estava do meu lado me cutucando com aquela cara de invocada, mas eu não conseguia nem sequer me mexer, meu foco tava apenas em uma só coisa. Na bunda da morena. Até que eu me senti todo molhado. A filha da puta da Júlia tinha jogado água em mim. Guardava minhas coisas no armário do corredor, mas meus olhos seguiam aquela morena do peito grande, do cabelo comprido e que deixava qualquer homem alucinado. Minha vontade era de sair correndo atrás dela, algo pra conquistar... Fui pra sala, e quem disse que eu conseguia pensar em estudar? Alias, nunca pensei. Eu me sentia tão angustiado que fiz a primeira decisão que veio em mente. Saindo pro recreio, tava esperando ela passar de novo pra eu babar mais um pouco. Fissurado, fui perguntar qual o nome dela. O nome dela era Vanessa. Aquela voz fina meio grossa, aquele decote vermelho chamando atenção, aquela tatuagem no pescoço escrito "perdição". Meu Deus... o que era aquilo? Dei-me forças. Gaguejei ao perguntar o que ela ia fazer a noite, e não, nem pensei que tinha namorada naquele instante. Ela me disse que não ia fazer nada. Pensei: "Beleza, é a hora de eu atacar". Papo vem papo vai, eu a chamei pra sair no sábado, ia ter uma balada ali na boate de um amigo meu. Ela aceitou. E ai você me pergunta "e a sua namorada?" No momento, eu nem sabia quem era essa escrota. Peguei minhas coisas e fui embora, vazei feito água. Nem esperei minha mina sair da sala. Cheguei em casa, não sei por qual milagre de Deus não ouvi minha mãe reclamar das minhas notas baixas, acho que tava tudo dando certo. Fui pro meu quarto pensando como iria fazer pra terminar meu namoro só por causa daquela morena gostosa. Eu nem ligava pra Julia vareta mesmo, eu quero é que se foda. Já meti mesmo, sei que essa morena ai deve ser melhor. De boa, chegou a noite e eu arrumei algum pretexto pra terminar. Ela chorou e eu ria da cara dela quando dizia que me amava. Chamei ela de otária por ter acreditado que eu amava ela, por ter acreditado nesse amor tão... sem nexo. Ela chorava de soluçar e eu já estava ficando de saco cheio. Peguei e gritei "Porra, sai fora!" E sai andando. De seguida, fui dar uma volta com meus amigos comemorando que estava solteiro. E a Julia, trancada num quarto se cortando e fazendo cartinhas. Enquanto eu, comendo uma loirinha que encontrei na esquina, ela não era puta, mas mamava gostoso. Meus pais preocupados perguntando por que meu olho tava tão fundo e por que eu estava vomitando tanto. Eu mandei eles ir se foder. Ah, é que eu nunca soube dar valor nas coisas mais ricas da vida. Me tranquei no banheiro e só via aquele bagulho nojento saindo de mim. Ressaca é foda, né não? Mas também não podia reclamar de nada, role tinha sido foda, curti pra caralho. Tomei um banho e capotei. Logo sabadão, tinha que estar preparado pra outra moreninha gostosa. Liguei pra ela perguntando se o que tínhamos combinado tava de pé ainda, ela respondeu com uma voz safada dizendo "óbvio". Já logo sabia que a noite ia ser boa. Conversamos sobre tudo que podia haver, a conta do telefone ia vim alta, mas foda-se. Não me importava, pois não era eu que ia pagar mesmo. Quando olho pro meu celular, e quem tá me ligando? A Julia Varetinha. "Tio, vai se foder! Mina chata do caralho." Pensei. Não atendi, tava ocupado demais pra ouvir gente chorando. Escrota. A noite chegou, tomei meu banho e já fui me encontrar com os amigos pra ir pra boate combinada. De boa. Vi a moreninha descendo até o chão dançando aquelas musicas que metade da população odeia. Pensei e comentei com o moleque do lado "Vish, a mina é mó vadia, é assim que eu gosto". Todos rimos. Piadinha de leve pra descontrair né. Fui me aproximar e ela logo se encaixou. Não me aguentei e sussurrei no ouvido dela jogando ideia. Ela se ligou e já me puxou e assim foi indo. Lembro que acordei e vi a mina pelada do meu lado, coberta com um lençol do motel. Eu não lembro do que se passou naquela noite, mas... Sapequei né. O que mas foi prometido foi cumprido. "Agora tô suave, pé na bunda e agora vou catar várias." Pensava eu. Pobrezinho. Não tinha nem pinto pra falar essas merda. Adivinha quem tava me ligando? A Varetinha de novo. Atendi e ela assim falou: "Eu te amo, por favor, não faz isso comigo. E então respondi: "Porra, para de encher o saco!" e desliguei. Mas que merda eu tinha na cabeça? Puta que pariu. Eu curti minha puberdade pra caralho, comendo várias mina, se drogando, bebendo, vivendo. Coisa que não poderia fazer se não tivesse terminado com aquela Julia. E a morena gostosa, logo tava pedindo outra noite... Mandei ela se foder por que comigo era só uma vez. Minha puberdade foi exatamente isso... Comer mina, se drogar, beber, curtir... A mesma rotina, sempre. Até larguei a escola por embalo dos meus "amigos". Esses fatos aconteceram quando eu tinha 20 pra 21 anos. Hoje eu tenho 31 e tô tentando ligar pra mina que eu chamava de "vareta". Ela não me atende. A ultima vez que atendeu, ela mandou eu ir tomar no cu. Eu sei, era um filho da puta, desgraçado, por não dar valor por tudo que eu fiz com aquela mina. Tu, menina, que devia tá na metade da história deveria estar me xingando. Toda vez que leio isso, eu também fico muito puto. Ontem, dia 11 de julho faz dez, dez anos que eu gosto da Julia, a menina que eu mais desprezei na vida por causa daquela vadia gostosa. Tenho marcas e cicatrizes do estrago que ela fez no meu coração. Ai você me fala "Que estrago que ela fez em ti? Tu usou a mina." Sim, e ela passou com outro na minha frente e eu arrebentei o cara inteiro. Não me pergunte o porque. Eu já me joguei na frente dela para que ela me escutasse, e recebi um soco na cara. Ela me odeia mais que tudo, e eu o-amo a cada dia que passa.

Ela fazia cartas de amor pra mim e eu comia várias. E agora, eu tô sentado desabafando sobre a tragédia que se aconteceu na minha vida. Hoje, ela tá com véu de noiva, com um vestido até o pé, branco. Do jeito que tínhamos planejado naquela época. Ela estava perfeita. Perfeita, como sempre foi.

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