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Às vezes eu choro de repente e vou até o espelho do banheiro entender o que está rolando. Nunca entendo. Me contento em jogar água no rosto e seguir o dia como se nada tivesse acontecido. É isso, talvez chorar seja uma ação tão cotidiana quanto lavar a louça e passear com o cachorro. Se a gente pode sorrir sem motivo, choramingar também pode. Deve ser saudade. De quem? Eu que não sou doido de investigar. Choro e finjo que cortei cebolas, e têm sido muitas as cebolas.

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