Jeito

- 15:40 ❞


Eu não vou retrucar a sua forma de me amar.

Não vou te implorar que me mande mensagens logo cedo
ou
que me diga "eu te amo" antes de dormir.

Não vou brigar contigo quando o meu "se cuida, eu te amo" não tiver nenhuma resposta.

Você já me explicou
centenas de vezes;
sumiço é sinônimo de chegada.
(quase sempre.)

E, eu te espero ansiosamente.
É o meu jeito de te amar.

Vou entender quando meus textos, nus, não te chamarem atenção, você já me explicou que prefere as palavras ditas.

E por pura maldição
eu só sei deixar que os sentimentos saiam de mim por escrito.

Vou passar a enxergar a sua maneira, peculiar, de me amar.

Afinal,
você me amou ao notar que meu coração estava acelerado quando te abracei,
você me amou quando se preocupou com as minhas dores de cabeça,
você me amou quando eu senti medo,
você me amou ao me ligar para jogar conversa fora,
você me amou quando me segurou pela cintura e me fez carinhos,
você me amou quando não soube responder os meus imensos textos.
Você me amou ao suprir meus vazios.

Você me ama,
e isso não é convencimento da minha parte.

Mas
você me ama do seu jeito,
e seu jeito não é o meu.

Você me ama na ausência das palavras,
e eu te amo no excesso delas.

Somos contrários,
forças diferentes,
dissemelhantes,
discrepantes.

Você me ama do seu jeito e eu quase nunca entendo.

A culpa não é sua,
eu tenho a mania de padronizar amores.

- Júlia Calazans

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