Horizonte

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Gosto de olhar pro horizonte com você. É tão infinito, mas tão incerto, que eu quase confundo com o seu nome. Porque na imensidão de tudo ou na imersão do nada, você está ali, aqui, em mim. E segura forte a minha mão, como se fosse quebrar os meus dedos em trezentos e cinquenta pedaços miúdos. Mas eu gosto da dor. Quando dói, sabe, quer dizer que eu tô sentindo e que você está sentindo junto. Dói porque se não doesse eu fugiria. Mas não fujo... E respiro calma ao seu lado, como se os nossos pulmões fossem um só e os nossos corações batessem em sintonia. Eu não fujo porque quero esperar o sorriso que você vai estampar no meu rosto depois de me arrancar lágrimas. A verdade é que você me arranca de mim pra me tornar parte de você. E eu gosto disso, de tudo que envolve juntar o meu pouco no seu tudo e fazer um ser só, mas não sozinho. Se o horizonte não tem fim, eu queria que o horizonte fôssemos nós. Porque de todas as coisas do mundo, eu juro, tudo o que eu queria era que isso durasse. E que o pôr do sol não acontecesse pra que o sol não deixasse de nos iluminar nunca, nunca, nunca. Porque de todos os sentimentos do mundo, eu juro, tudo o que eu queria era que essa paz ficasse e se fixasse aqui. Então você me abraça e parece que o universo conspira ao nosso favor, em todos os sentidos, assoprando amor pelos cantos e encantos do mundo, da vida, de ti. E o horizonte sorri, ainda que em linha tênue, pra você e pra mim.

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